Antes de morrer, Jô Soares (1938 — 2022) deixou um montante significativo como doação para instituições que auxiliem pessoas com autismo. A informação é do colunista e apresentador do Terra Fefito. Segundo Flávia Pedras Soares, ex do artista, após meses de entrevistas, a quantia foi dividida entre quatro instituições em São Paulo, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.
Jô teve um filho, Rafael Soares, que viveu a vida toda com o diagnóstico, mas morreu de câncer, aos 51 anos. O artista sempre falava com orgulho de “Rafinha”, que tinha “ouvido absoluto” e comandava uma rádio dentro da própria casa.
Rafael era filho de Jô com a atriz Teresa Millet Austregésilo, com quem ele foi casado entre 1959 e 1979. Ele fazia parte do espectro autista em um nível severo, necessitando de um suporte maior para as atividades da vida diária. Sempre discreto em relação ao filho, em 2013 Jô abordou o assunto. “Eu tenho um filho que é autista, tem uma série de problemas que em certos momentos até se agravam ou se agravaram, já é uma condição genética que ele tem e claro que é uma situação mais difícil de você se comunicar com o filho, que tem dificuldade de se comunicar com você e com todo o mundo. O autista é isso, vive no mundo dele. Mas você não pode deixar que isso seja o foco principal da sua vida. É também um foco tão importante quanto tudo”, declarou o apresentador, na ocasião.
Um beijo do gordo
Flavinha, como era chamada carinhosamente por Jô, deu detalhes sobre a morte do apresentador em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Globo, nessa terça-feira (30). Segundo ela, Jô Soares passou seus últimos momentos assistindo a filmes antigos no hospital. Foi um desejo específico do artista na reta final.
“Ele pediu para morrer em casa, vendo filme noir. Nós combinamos que faríamos um homecare em casa, mas não foi possível. No hospital tinha um canal de filmes antigos, luz baixinha, eu falando tudo o que eu tinha para falar para ele. É difícil falar que foi bonito”, lembrou ela.
Flavinha também falou sobre o destino inusitado que deu para as cinzas do ex-marido. Ela contou que as cinzas viraram diamantes e que ela pretende fazer um patuá com as pedras. “Distribuí em alguns lugares especiais para nós e uma amiga, que nos apresentou, falou que o pai dela tinha morrido, e ela mora na Holanda. Lá, eles transformam as cinzas em diamante. E fiz isso. Está em um cofre, guardado. Não sei o que fazer ainda, mas quero fazer um patuá”, contou.
No último domingo (28), o filme Um beijo do gordo estreou no Globoplay e, neste mês de agosto, estará também no canal GNT. A produção mostra momentos marcantes da vida profissional do artista e e detalhes da sua intimidade.
Fonte Revista Quem